O suicídio é a segunda causa mais importante de morte entre os jovens dos 15 aos 29 anos, depois dos acidentes rodoviários, revela a Organização Mundial de Saúde (OMS) num relatório divulgado nesta terça-feira. A OMS confirma ainda que a taxa de suicídio é mais elevada nos países de maiores rendimentos e insta os governos em geral a cumprir o compromisso de estabelecer planos para prevenir o suicídio.
O número de países com estratégias nacionais de prevenção do suicídio aumentou nos últimos cinco anos, mas os 38 onde existe essa política ainda são “muito poucos”, conclui o documento. A informação relativa a Portugal faz apenas referência ao Plano de Prevenção do Suicídio (2013-2017) aprovado em 2013.
O relatório é feito com base em estimativas globais de 2016 e publicado em antecipação do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, a 10 de Setembro. Nele, a organização informa que, nos países de rendimentos mais elevados, a taxa de suicídio de homens e mulheres ronda os 11,5 por 100 mil habitantes, ou seja, é três vezes superior à encontrada nos países de baixo e médio rendimento, “nos quais os níveis são mais próximos entre si”.
O documento indica que a opção de restringir o acesso aos meios – por exemplo a pesticidas usados como meio de envenenamento – representa uma das intervenções com resultados comprovados na redução dos suicídios em países onde foram implementadas estratégias. E enumera outras possíveis políticas de prevenção como, por exemplo, garantir “uma cobertura responsável” do tema por parte dos meios de comunicação social, “implementar programas para jovens de modo a que desenvolvam estratégias na vida que lhes permita lidar com o stress” e ainda garantir “a identificação precoce e o acompanhamento das pessoas em maior risco de suicídio”
“Apesar dos progressos verificados, uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio” no mundo, alerta o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na nota dirigida à imprensa. São 800 mil pessoas por ano. “Qualquer morte é uma tragédia para familiares, amigos e colegas. Porém, os suicídios podem ser evitados. Lançamos um apelo a todos os países para que comprovem que estão a incluir estratégias de prevenção nos programas nacionais para a saúde e a educação, de forma sustentada”, conclui.